40 anos de Poder Local

40 anos de Poder Local e Revistas Municipais de Cultura

Organizada por ocasião dos 25 anos do prémio Victor de Sá de História Contemporânea, esta exposição foi realizada em parceria com o Conselho Cultural da Universidade do Minho e os apoios do Arquivo Municipal de Braga e do extinto Governo Civil.

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Sumário

40 anos de Poder Local são celebrados através de uma exposição de cunho acentuadamente visual e gráfico, pela qual, recorrendo à imprensa periódica da época, se pretende esboçar um retrato breve de um país empenhado em consolidar uma das “conquistas de Abril”, consagrada na Constituição Política de 25 abril 1976.

A mostra, para além da referência aos princípios fundadores, apresenta notícias sobre o quotidiano da campanha eleitoral, regista o dia das eleições e os resultados obtidos pelas forças políticas envolvidas, bem como o que se passou em Braga, neste caso enriquecido com alguma documentação existente na Câmara Municipal e no arquivo do extinto Governo Civil do distrito.

Através de um “sufrágio direto, universal e secreto” puderam assim os portugueses eleger, pela primeira vez em liberdade, os seus representantes nas autarquias locais que, de acordo com a Constituição (art.º 237) “visam a prossecução de interesses próprios das populações respetivas”
Revistas Municipais de Cultura - Quando celebramos os 40 anos do PODER LOCAL DEMOCRÁTICO constitui motivo de regozijo apreciar a política cultural desenvolvida pelos 305 municípios portugueses desde 1976.

Apostando claramente nos equipamentos construídos ou reabilitados com tal finalidade – bibliotecas, arquivos, museus, teatros, galerias de arte, centros interpretativos, auditórios, salas polivalentes, pavilhões multiusos – e na promoção de múltiplos serviços e programas que lhes deem vida, criem públicos e utilizadores e promovam culturalmente as populações, não podemos esquecer a produção editorial de iniciativa municipal, que complementa e enriquece aquela política.

Para além das monografias locais, dos livros dos mais variados géneros, das atas de reuniões científicas, dos catálogos de exposições, dos roteiros e guias turísticos, é nas publicações periódicas que tal atividade tem dado maiores sinais de vitalidade, através da edição de jornais, revistas, boletins e agendas culturais.

As revistas municipais de cultura, que dedicam a sua atenção aos estudos locais, à história, ao património artístico, à arqueologia, à etnologia, à literatura (erudita e popular), às figuras de relevo da localidade, às biografias e bibliografias e a outros temas, são a expressão mais evidente da vontade de cada concelho definir a sua identidade, se dar a conhecer e estimular a investigação.

Existindo já alguma tradição nesse domínio em Portugal, registamos que a partir de 1974 se publicaram em todo o país pelo menos 110 títulos por iniciativa municipal (muitas vezes por intermédio dos seus arquivos, bibliotecas ou museus), dos quais 12 dão continuidade a projetos anteriores.

A vida destas revistas reflete os sobressaltos que acompanham a evolução do país, existindo neste momento 35 títulos em publicação ativa, o que não significa que outros não possam ressurgir a qualquer momento, como já se tem verificado.

As revistas mais antigas ainda em publicação são o “Arquivo Coimbrão” (1923), o “Boletim de Trabalhos Históricos” de Guimarães (1933), a “Bracara Augusta” (1950) e “Póvoa do Varzim” (1958).

Esta exposição só se tornou possível porque Biblioteca Pública de Braga é beneficiária do Depósito Legal e tem as suas coleções de publicações periódicas devidamente tratadas e organizadas.